A gestão por competências está cada vez mais presente nas organizações atuais. Os conhecimentos, habilidades e atitudes (CHA) dos colaboradores são fundamentais para tirar as estratégias do papel e, assim, cumprir metas e objetivos.
O tema, no entanto, ainda gera dúvidas em profissionais de recursos humanos. De fato, nem todos reconhecem a importância desse modelo ou sabem como implementá-lo em uma empresa.
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Por isso, este conteúdo traz um quadro geral sobre essa tendência. Ao final, você entenderá o que é e como realizar a gestão por competências.
Além disso, a gestão por competências, quando feita da maneira correta, pode ajudar no fortalecimento da marca empregadora e na atração de talentos, uma vez que ela servirá, dentre outras coisas, para fortalecer a cultura da companhia.
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A gestão de competências faz parte do cotidiano dos profissionais de recursos humanos. Basta imaginar que os colaboradores precisam ter um mínimo de qualificação técnica e comportamental para exercer uma função no mercado de trabalho.
Igualmente verdadeiro é o fato de que, com um cenário cada vez mais competitivo, as empresas precisam se superar e atingir metas mais rigorosas. O que exige um certo grau de desenvolvimento de seus profissionais.
Ocorre que, em que pese a sua importância, as organizações, muitas vezes, não priorizam as competências em seus processos de recursos humanos, como recrutamento, avaliação, treinamento, remuneração etc.
Não há, nesses casos, uma gestão por competências, ou seja, orientada para desenvolver essas capacidades essenciais para alcançar os objetivos e metas do negócio.
Imagine, por exemplo, que você é o responsável por selecionar um profissional em meio a um conjunto de candidatos.
Em determinada hora, surge um concorrente com uma ótima carta de recomendação e com um currículo que demonstra resultados alcançados em outra empresa.
Ora, de fato, isso é um ótimo indício e, se você recruta por desempenho, a busca está encerrada. No entanto, será que o candidato reúne as habilidades de que sua organização necessita? Quais são suas capacidades comportamentais e relacionais? Ele traz alguma nova competência para equipe?
Ter sido competente não significa ter o conjunto específico de competências de que sua empresa necessita, tampouco a aptidão para desenvolvê-las.
Logo, mesmo diante de uma boa pista, o profissional de recursos humanos precisa agir de outra forma se quiser descobrir se está diante do candidato ideal. É preciso mudar a orientação dos seus processos e considerar novas métricas de recrutamento.
Nesse sentido, quando o ato de encontrar e desenvolver conhecimento, habilidades e atitudes está no centro e os processos são estruturados para realizar essa prioridade, a empresa está gerindo por competências.
Ao adotar uma gestão por competências, a organização muda os processos de recursos humanos, atualizando os já existentes e incorporando novos. Com efeito, é possível verificar o surgimento de certas características:
O modelo exige a identificação de quais são as necessidades de cada cargo ou função, bem como a verificação da distância entre essas demandas e as potencialidades dos colaboradores.
Logo, uma de suas características é o constante mapeamento e mensuração de competências.
A forma como a empresa escolhe os profissionais também sofre mudanças com a gestão por competências. Em linhas gerais, pode-se dizer que as técnicas de seleção ganham relevo nesse modelo, como provas situacionais, dinâmicas de grupo, psicodramas, entrevistas etc. Tudo para validar as potencialidades descritas no currículo e investigar novas.
Igualmente, como lidar com competências exige a gestão de um grande volume de informações, as empresas tendem a implementar soluções de informática para automatizar tarefas. É comum vermos softwares de recrutamento, ERPs, aplicativos de armazenamento na nuvem, por exemplo.
Outra característica é que a avaliação de desempenho passa a dar maior ênfase às competências requeridas para os cargos da empresa. A equipe de RH verificará se o colaborador, de fato, tem as habilidades técnicas, relacionais e comportamentais para função exercida, bem como em quais pontos ele precisa se desenvolver.
Os planos de carreira também são afetados pela gestão por competência. Nesse modelo, a tendência é uma hierarquização das diferentes capacidades, de modo que os cargos são pensados a partir do conjunto de competências exigidas de seu ocupante.
Com efeito, as pessoas mais aptas tendem a ocupar as funções superiores e serem mais bem remuneradas.
As organizações que adotam a gestão por competências assumem um papel de destaque no desenvolvimento das potencialidades dos colaboradores. Torna-se comum a promoção de treinamentos, o incentivo a qualificação profissional, as parcerias com instituições de ensino etc.
Como a empresa define que o padrão de comportamento esperado é a qualificação e o aprimoramento profissional, a tendência é que os colaboradores desenvolvam hábitos e costumes nesse sentido.
Logo, com o passar do tempo, a valorização das competências passa a fazer parte da cultura organizacional, sendo um bem apreciado pela ampla maioria.
Uma última característica interessante é o nascimento de competências da empresa, como reflexo das competências individuais. Por exemplo, o cliente que elogia o atendimento da empresa “x” reconhece, na organização, uma habilidade de seus profissionais.
A opção pela gestão por competências pode auxiliar os colaboradores a atingirem as metas estabelecidas, bem como melhorar os chamados indicadores de RH.
Isso ocorre porque, em vez de cobrar resultados e deixar que as pessoas busquem meios por conta própria, o modelo foca na criação das condições para que profissionais produzam o que se espera deles. Confira benefícios dessa prática:
Quando uma empresa foca apenas nos resultados, muitas vezes, ela ignora que o desempenho pode ter sido fruto de contingências. Por exemplo, um gestor pode se beneficiar de um aumento acima do normal da demanda em um segmento, ainda que suas decisões não tenham contribuído para os maiores ganhos da empresa.
Então, é natural que os colaboradores se sintam mais motivados e satisfeitos quando avaliados por suas competências e não apenas pelo desempenho. Na verdade, a gestão por competências é indissociável das ideias de mérito e justiça.
Uma maior proximidade entre as competências e as necessidades de cada cargo conduz naturalmente à redução da rotatividade de pessoal. Entre outros motivos, verifica-se o seguinte:
Na gestão por competências, os colaboradores terão as condições técnicas, relacionais e comportamentais requeridas para as tarefas dos seus cargos. Logo, se os objetivos, metas e estratégias foram adequados e factíveis, a tendência é que os planos fixados se concretizem.
Resumidamente, o sucesso do planejamento empresarial exige a presença de uma lista de condições, da qual faz parte o nível de preparo das equipes.
Igualmente, a coerência entre as competências do profissional e as necessidades do cargo se reflete em um ganho de produtividade. Ora, os colaboradores terão o conhecimento, as habilidades e atitudes certas para empregar os recursos disponíveis e entregar valor para organização.
Esse aumento no rendimento individual habilita a empresa a realizar objetivos mais ousados, como buscar o crescimento de sua participação no mercado e o aumento de receitas, por exemplo.
Embora a gestão por competências apresente benefícios, existe uma grande parcela de empresas que adota o modelo mais tradicional, focado nos resultados dos colaboradores.
Devido a essa escolha, muitos profissionais de RH acreditam que o melhor é definir as metas e cobrar os profissionais. Deixando para um segundo plano a aderência entre as aptidões e as necessidades dos cargos.
A diferença entre as duas abordagens está no foco dos processos de recursos humanos. Como forma de distinção, é possível traçar a seguinte linha divisória:
Essas características básicas implicam as seguintes conclusões:
Vale ressaltar que os métodos não se excluem completamente. Aquele que gere por competências não pode fechar os olhos para os resultados. Sem metas alcançadas a organização não tem como sobreviver.
Do mesmo modo, quem gere por desempenho não pode pregar a completa desconexão entre as necessidades dos cargos e as aptidões de seus integrantes. A verdade é que a nomenclatura se refere àquilo que é priorizado em cada modelo.
Nesse sentido, o RH pode, até mesmo, equilibrar esses dois parâmetros em sua abordagem, criando uma espécie de gestão por competências amenizada ou mitigada. Isto é, a organização busca o desenvolvimento das aptidões profissionais, mas, com alguma periodicidade, também avalia se os resultados são produzidos.
Agora que você já sabe o que é gestão por competências, leia o passo a passo a seguir para entender como planejar essa mudança na sua empresa:
O primeiro passo é conhecer o ponto de partida. Ou seja, a situação atual da gestão de pessoas da sua empresa. Para isso, além de colher feedbacks e relatórios sobre os processos de RH, o ideal é implementar antecipadamente dois sistemas próprios do modelo por competências:
O cruzamento dessas informações permite que você mensure a distância entre o que a empresa necessita, as exigências atuais de cada cargo e as competências de cada colaborador.
O ideal é trabalhar a aproximação desses três elementos e a implementação dos processos de gestão por competências.
Em uma empresa, por mais distante que você esteja da gestão por competências, não será possível zerar os colaboradores. Com efeito, o segredo é realizar a gestão de mudanças e o ajuste gradual das estruturas de RH.
Nesse sentido, já com o diagnóstico em mãos, você deve planejar a implementação das seguintes transformações:
Além disso, mesmo os processos não descritos devem ser pensados com foco nas competências. Por exemplo, você pode iniciar uma campanha de incentivo para os profissionais que se qualificarem em certa especialidade.
Paralelo ao planejamento dos novos processos, você deve tomar providências para reduzir a distância entre os cargos e aptidões. Não ao acaso, se os recursos forem escassos, o gestor terá dificuldades para conduzir esse processo.
Uma dica importante é focar nas competências imprescindíveis e, gradualmente, avançar em direção aquilo que é apenas útil. Por exemplo, o curso sobre a segurança do trabalho em certo setor deve ser priorizado sobre uma habilidade comportamental, ainda que esta também seja relevante.
Igualmente, busque parcerias com escolas de ensino, de preferência as especializadas em treinamentos corporativos. Nesse caso, os cursos a distância podem ser uma boa opção, porque geralmente são mais baratos e mantém a qualidade.
O preenchimento das lacunas entre necessidades e competências pode exigir a busca de novos profissionais. Isso pode ser feito com recrutamentos internos ou externos.
O primeiro caso é utilizado quando as deficiências em um setor podem ser supridas com os recursos humanos internos, com a promoção ou deslocamento de um profissional para a vaga.
Já o segundo é mais indicado para os casos em que a competência é escassa ou inexistente dentro do negócio. Por exemplo, uma empresa pode recrutar um estagiário idoso, porque ele agrega habilidades comportamentais e relacionais à equipe.
O último passo é a criação de um modelo de mensuração constante dos resultados. Ou seja, a definição de avaliações e mapeamentos periódicos. Bem como a coleta de feedbacks com os responsáveis de outros departamentos.
Sendo assim, os profissionais podem identificar o quão distante os colaboradores estão de atender às necessidades da empresa. Além de alinhar os rumos dos treinamentos, avaliações, recrutamentos etc.
Por fim, é importante destacar que, muitas vezes, pode ser importante buscar uma consultoria especializada nesse tipo de transição. Implementar a gestão por competências pode significar uma mudança profunda, e o know-how pode facilitar a sua condução.
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