As doenças ocupacionais costumam afetar um grande número de pessoas e é um dos principais motivos de afastamento de funcionários. Em 2014, o Ministério do Trabalho registrou mais de 250 mil afastamentos do trabalho, sendo boa parte causada por doenças provocadas ou agravadas pelo ambiente laboral.
Muitas vezes, as doenças se manifestam silenciosamente ou seus sintomas são ignorados, de forma que o trabalhador acaba buscando tardiamente ajuda. Em muitos casos, aliás, esses profissionais são obrigados a pedir a aposentadoria por invalidez.
A legislação brasileira promoveu uma grande melhora nas ações de prevenção. No entanto, os níveis de incidência de problemas de saúde relacionados ao trabalho continuam altos. Desde a regulamentação da lei há 30 anos, houve poucos progressos em relação aos adicionais de periculosidade e insalubridade.
Esse problema é grave e exige atenção tanto dos colaboradores como dos gestores da empresa. Além da queda de produtividade e do prejuízo à imagem e reputação da empresa, os custos das doenças ocupacionais para as organizações chegam a 15 bilhões de reais por ano.
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O que são doenças ocupacionais?
O termo doença ocupacional pode ser usado para designar várias doenças que se relacionam à atividade desempenhada pelo trabalhador ou às condições laborais observadas no ambiente em que trabalha.
Um profissional que desenvolveu um distúrbio ocupacional possui os mesmos direitos legais que um empregado que sofreu um acidente de trabalho, tanto em termos previdenciários como fiscais.
Embora o termo possa se referir às doenças profissionais e às doenças de trabalho, há uma diferença entre esses dois últimos conceitos, identificada pelo agente causador.
Enquanto a doença profissional é desencadeada pela realização de uma tarefa específica da função desempenhada, a doença do trabalho não está diretamente relacionada à profissão, embora tenha origem nas atividades e nas condições em que o ofício é desenvolvido.
Quais os tipos de doença ocupacional?
Há muitos tipos, mas algumas doenças ocupacionais acontecem com mais frequência, sendo causas comuns de afastamento e aposentadoria dos funcionários. Veja a seguir.
Lesão por Esforço Repetitivo (LER)
A LER é uma das doenças ocupacionais mais comuns. Ela é provocada por movimentos repetitivos ou posturas inadequadas, conhecidas como posturas antiergonômicas. Atinge principalmente metalúrgicos e pessoas que trabalham muito tempo com computador, como jornalistas, atendentes de call center, digitadores, entre outros.
As lesões por esforço repetitivo podem ser evitadas com a adoção de posturas corretas para o trabalho, utilização de mobiliário adequado, pausas periódicas para descanso e prática de ginástica laboral para compensação do esforço.
Surdez
Como doença ocupacional, a surdez ocorre por exposição excessiva a ruídos, quanto o profissional atua, sem o uso de protetores auriculares, em ambientes com sons em nível acima de 80 decibéis. A perda de audição pode ser temporária ou definitiva e é muito comum que acometa trabalhadores de fábrica e operadores de telemarketing.
O uso de protetores auriculares e a realização de exames periódicos podem prevenir essa doença.
Estresse ocupacional
É um desequilíbrio provocado pela disparidade entre as exigências excessivas de um determinado cargo e a capacidade de produção do funcionário que o ocupa. Alguns fatores que colaboram para o aparecimento da doença são falta de (ou má) liderança, medo de errar, excesso de competitividade, jornada de trabalho prolongada, metas inalcançáveis etc.
Geralmente, o estresse ocupacional vem acompanhado de outros fatores complicadores, como gastrite, úlcera, fadiga, depressão e Síndrome de Burnout, além de consequências no trabalho, como absenteísmo, acidentes, diminuição da produtividade e redução na qualidade de relacionamento com os colegas.
Essa doença pode ser prevenida com melhorias nas relações interpessoais, reconhecimento pelo trabalho, programas de apoio e acompanhamento com psicólogo.
Distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho (DORT)
Muitas vezes encaixadas na mesma categoria que a LER, as doenças classificadas como DORT são ocasionadas por postura inadequada e, dentre os seus sintomas, provoca dor crônica, que tende a piorar com o tempo e falta de tratamento. Dores nas costas e hérnias de disco são as mais comuns.
Outros fatores que causam esses distúrbios são movimentos repetitivos, transporte de peso excessivo, obesidade e sedentarismo. Esses transtornos não podem ser considerados necessariamente ocupacionais, mas colaboram para o aparecimento e/ ou agravamento do problema.
Para prevenção da doença, é necessária a adequação do mobiliário para modelos ergonômicos e confortáveis ao trabalhador, pausas para descanso, exercícios físicos regulares e programas de incentivo a uma vida mais saudável.
Dermatose ocupacional
É caracterizada pela alteração na pele do trabalhador provocada por exposição a agentes químicos, físicos ou biológicos durante o exercício da função. São incluídas nessa categoria: dermatites de contato, câncer e infecções dermatológicas.
Para evitar o aparecimento de dermatose ocupacional, é importante realizar exames médicos periódicos e afastar o trabalhador da substância que está provocando a alergia.
Como a empresa pode prevenir as doenças ocupacionais?
As doenças ocupacionais não prejudicam só o trabalhador, mas também a empresa. Há queda no nível de produtividade, dificuldades para reposição de outro colaborador no cargo e, muitas vezes, pagamento de indenização ao funcionário.
Por isso, é importante que as organizações saibam como prevenir esse tipo de problema, promovendo programas de incentivo à promoção da saúde e bem-estar do empregado. Algumas práticas podem ser adotadas com esse fim.
Conscientização e educação para uma vida saudável
Uma boa dica é aproveitar os canais de comunicação interna para conscientização dos funcionários sobre a necessidade de pequenos hábitos como levantar da cadeira em intervalos regulares, prática de alongamentos durante o expediente, uso de equipamentos de proteção e outras ações que quando incluídas na rotina.
Além disso, você pode investir na promoção de palestras internas e treinamentos com profissionais capacitados como fisioterapeutas, orientando sobre práticas de prevenção e até mesmo ensinando quais são os melhores exercícios.
Melhoria dos ambientes e condições de trabalho
Oferecer um espaço adequado para trabalho, preocupando-se com a ergonomia de mesas e cadeiras; proporcionar horários de expediente coerentes que respeitem os limites do trabalhador e tomar cuidado com o excesso de tarefas e cobrança; orientar a liderança para que haja um relacionamento interpessoal saudável e um bom ambiente corporativo, sem abuso moral ou cobrança por metas impossíveis. Essas são orientações importantes para a prevenção das doenças ocupacionais.
Ações de Saúde Ocupacional
É essencial promover exames médicos periódicos para todos os funcionários, se possível dentro das dependências da empresa para que haja um acompanhamento próximo das condições de saúde dos colaboradores.
Além disso, é preciso instalar mecanismos de ventilação e isolamento para promover a prevenção coletiva e realizar avaliações de ambiente de trabalho dentro das especificações do Ministério do Trabalho.
Agora que você já conhece as doenças ocupacionais, que tal se aprofundar mais e conhecer a Síndrome de Burnout, uma doença que ocorre com frequência quando os limites psicológicos do trabalhador são extrapolados. Leia o artigo que preparamos sobre o assunto.